Com a mente de um jogador de poker, Leonardo Rizzo montou seu ‘império’ com as cartas que tinha em mãos. Nascido em Juiz de Fora e criado em São Paulo, ele se formou em educação física e foi da recreação infantil ao mercado de camarotes em estádios de futebol.
Com oito anos de trajetória, a Soccer Hospitality se tornou a maior rede de camarotes de luxo do Brasil, com faturamento superior a R$ 20 milhões. Para os próximos anos, a expectativa é de crescimento.
Sua primeira empresa foi a Cia do Rizzo, um trocadilho com seu sobrenome. Ele começou a fazer festas infantis para um público de classe alta, de Alphaville, região nobre de São Paulo. O que abriu as portas para esse negócio foi sua experiência anterior como monitor e coordenador geral de uma empresa de acampamentos de férias.
A Cia do Rizzo durou cerca de cinco anos. Ele fazia recreação, alugava brinquedos de festa infantil, personagens fantasiados e também montava coquetéis e drinks sem álcool. Essas bebidas começaram a fazer sucesso e os adultos começaram a pedir para que Rizzo montasse bares em suas festas.
E assim, notando uma rentabilidade maior, aos poucos ele migrou para o mercado adulto e consolidou uma empresa de bar para festas, casamentos e formaturas. Essa é a Cia do Rizzo Bartender, que Rizzo tocou por 22 anos. A empresa é uma das mais antigas de São Paulo no setor de coquetelaria. No ano passado, já com a Soccer Hospitality, ele vendeu a empresa e decidiu focar apenas no futebol.
Em uma festa pessoal, em 2007, Rizzo conheceu um dos diretores da Federação Paulista de Futebol. Na época ele tocava a empresa de coquetelaria e foi chamado para montar um bar, no início de 2008, em um camarote no Maracanã, durante um jogo do Brasil.
“Eu vi aquilo ali como uma boa oportunidade de crescimento, já que eu vinha do ramo de eventos. Fiz o primeiro jogo da Seleção, o segundo, o terceiro… até que eu consigo mostrar que eu tenho mais habilidades para ajudar ali na montagem de eventos, entregar produções melhores. E isso acabou dando certo”, contou Rizzo, em entrevista ao Terra.
O empresário esteve na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, com estruturas maiores. Em 2012 fez o mesmo na Polônia, em evento para receber os futuros patrocinadores da Copa de 2014. Até que, após seguir viajando, conhecendo estádios pelo mundo e aperfeiçoando suas habilidades em hospitalidade, Rizzo lança a Soccer Hospitality em 2015.
Segundo Rizzo, apesar de ter concorrentes pontuais em cada estádio, a Soccer Hospitality é a primeira holding de camarotes de luxo do Brasil. Atualmente são 7 camarotes – sendo um voltado ao Carnaval:
Por semana, a empresa recebe cerca de 7 mil torcedores. Sendo assim, ao longo do ano, são cerca de 255 mil pessoas, gerando um faturamento de mais de R$ 20 milhões – isso fora os shows que acontecem nos estádios, que também contam com os serviços dos camarotes de luxo. A empresa possui 200 funcionários diretos e, semanalmente, contratam 150 pessoas temporárias, indiretamente.
Os camarotes da Soccer Hospitality também buscam ser acessíveis financeiramente. “Criamos camarotes festivos para que eles sejam para todos Não que seja em todos os jogos, mas que o torcedor consiga ir pelo menos uma vez ao ano em nosso camarote”, explica Rizzo.
O ticket médio é de R$ 400. Há jogos em São Paulo, por exemplo, em que o ingresso custa R$ 290 – sempre com open bar, open food, com possibilidade de conhecer os jogadores, assistir música ao vivo, ter serviço de salão de beleza, jogar vídeo-game… e assim vai.
Para o ano que vem, a expectativa é de crescimento. Ao Terra, Leo prevê que o faturamento irá dobrar. Os camarotes que estão por vir são:
Além disso, a partir de 2025, a ideia é franquear o modelo de negócio da empresa.
Rizzo sempre trabalhou com públicos grandes. Com a pandemia da covid-19, ele diz ter visto seu sonho indo embora. Então, para conseguir manter seus funcionários e a empresa, o empresário criou alguns produtos para fazer o dinheiro girar. Ele fez drive-in, lives com craques e também construiu um restaurante com choperia na Arena Corinthians. Com as flexibilizações do isolamento social, foi o que manteve a Soccer Hospitality viva.
